Em decorrência da Primeira Guerra Mundial, o mundo vinha passando por diversas dificuldades financeira e que vieram a ser agravadas com a grande depressão de 1929 que afetou diversos países ao redor do mundo.
Com o objetivo de reestruturar e buscar a estabilidade financeira e econômica mundial, em julho 1944 na cidade de Bretton Woods em New Hampshire - Estados Unidos, ocorre a conferência internacional que viria a ser chamada de Acordo de Bretton Woods. O acordo contou com a presença de 44 países aliados e cerca de 730 delegados (ministros, economistas e especialistas), que em conjunto elaboraram o acordo.
O acordo teve como objetivos principais a reconstrução econômica em meio a uma situação pós-guerra, a estabilidade cambial e monetária, a cooperação econômica entre as diferentes nações, a criação do Fundo Monetário Internacional, que visa a estabilidade cambial e apoio financeiro, a criação do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento que busca auxiliar os países em situação de fragilidade econômica, o estabelecimento da conversibilidade de dólar em ouro e o dólar se tornando a moeda de referência Mundial.
Em períodos anteriores, o mundo já vivenciou situações de rastreabilidade de diferentes moedas em metais preciosos como o ouro, mas com o diferencial de que cada país estabelecia os valores conversíveis e estabelecia a oferta do papel-moeda que seria conversível em ouro.
Com o cenário da Segunda Guerra Mundial e a necessidade de capital para financiar os conflitos existentes na Europa e Japão, os países começam a desconfiar da capacidade econômica dos Estados Unidos e surgem especulações de que o acordo teria sido violado e a impressão do papel-moeda teria ocorrido em sigilo, fragilizando a conversibilidade de dólar em ouro e fazendo com que muitos países resgatassem o metal das reservas.
Figura 1.
O acordo durou até o ano de 1971, com o pronunciamento do então presente dos Estados Unidos Richard Nixon em rede nacional citando as grandes especulações das outras nações de que o estado americano estaria imprimindo papel-moeda e fragilizando a conversibilidade de dólar em ouro pelas reservas do metal serem inferiores a oferta da moeda.
Com o fim do acordo foi possível observar um aumento acentuado nos níveis dos preços do ouro, devido aos Estados Unidos serem o maior detentor do metal o tornando em um bem escasso e de maior valor. Os países se viram obrigados a manterem reservas em dólar, pois este acabou se tornando o principal meio de troca dos países e agregando um forte valor na conversibilidade da moeda.
Figura 2.
Os Estados Unidos acabaram tendo uma vantagem comercial muito grande, com o efeito de uma moeda fortalecida, utilizada por muitos países como moeda de troca entre nações e muitos ainda serem detentores de enormes reservas de dólar, o estado americano conseguiu realizar exportações exorbitantes para o seu país, acima dos níveis de importações, sem ter impactos econômicos negativos, por ser detentor da impressão do papel-moeda mais utilizado no mundo.
Figura 3.
Como é possível observar, a balança comercial dos Estados Unidos teve ritmo negativo ao longo dos último 50 anos, demonstrando a força que o dólar apresenta como moeda sem necessariamente gerar crises econômicas no país devido a deficits comerciais.
Portanto, conseguimos observar a força e a capacidade comercial que os Estados Unidos conseguiu adquirir graças ao acordo de Bretton Woods. No entanto, vale ressaltar que tal vantagem pode ser ameaçada a qualquer momento com o surgimento de novos ativos que vem sendo utilizados como reservas monetárias atualmente, como o Bitcoin, fragilizando o poder de compra americano.
Ademais, é importante ressaltar os aspectos resultantes da pandemia do Covid-19 que surgiu como uma grande ameaça ao sistema financeiro mundial, que tornou necessário a existência de reservas de valor maiores como medida para conter possíveis crises passiveis de ocorrer. Como é possível observar na figura 2, houve um aumento acentuado nas reservas de ouro dos paíse a partir do ano de 2019, o que pode ser observado como uma contenção do uso do dólar como principal ativo de reserva de valor e tornar visível as ameaças existentes.
Diante dessa perspectiva, conseguimos observar diversas vantagens que existiram por meio do acordo, mas é necessário elencar como esses atributos estão ameaçados por outros ativos que tendem a ser utilizados como reserva de valor e meio de troca, além de uma valorização superior ao dólar por não serem uma moeda fiduciária.
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